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flor

by nuno sanches

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1.
Sem saber ler nem escrever Palavras simples sobre o amor E por mais sílabas que tenha Escondidas As fórmulas andam perdidas Vazia a procura sem nunca encontrar Será que ele gosta de mim Se calhar sim "assim assim" O coração fica uma porta entreaberta Que deixa correr livre o ar Há vidas que passam sem o abrir ou fechar Será correcto o compromisso Ou é melhor nem pensar nisso O espaço a dois fica pequeno E é tão grande Que troca as regras à ciência Misterioso universo onde o corpo se expande Muda o par e troca a dança Troca a dança e muda o par Há sempre o risco de alguém se aleijar Que o amor desfolha a dor Mas também é como a flor Bem cuidado dá perfume e calor Será possível ser feliz A vida inteira em comunhão Sou eu p'ra ti e tu p'ra mim E quem sabe Possamos juntar um ou dois Fazer um grupinho, ponderamos depois Homem Mulher Mulher e Homem Homem Homem Mulher Mulher O amor conquista uma mordaça Discreta Traveste apenas quem fizer Da rota do amor uma estrada concreta Muda o par e troca a dança Troca a dança e muda o par Há sempre o risco de alguém se aleijar Que o amor desfolha a dor Mas também é como a flor Bem cuidado dá perfume e calor E duas mãos entrelaçadas Muito velhinhas e com rugas Ele na louça E ela a cozer-lhe as peúgas É imagem p'ra saborear A doce utopia que o amor tem pr'a dar
2.
Flor 03:32
Uma batida simplória Um som sem roque nem glória Fazer falso e contrafeito E contornar o conceito A vergonha de existir Dente partido ao sorrir Cabelo branco a aparecer Repensar o que colher Há sempre um grão germinado contas antigas cobranças feitas em nome do passado E os caminhos antigos Fossem de amores ou de amigos Tornam viçosa esta flor O discurso da lamúria A luta cega sem fúria O tema simples para abrir Difícil é começar Os filhos por aparecer A família por crescer Trabalho é coisa d'outrora E emprego diz que é lá fora Há sempre um caule rebento Manifesto ao sentimento Entorpecido na voz E sobram canções de amor Adolescência e terror Passeiam da Sé à Foz Ter balas mas não pistola Entranha mal na cachola Rigor artificial Ajuda profissional Um corpo ao lado ao dispor A noiva longe e o clamor Chama por incendiar É tempo de terminar E o final é este Flor Descuidado na intenção Trilogia com senão Exercício solto e breve Diz adeus e até já Para o ano eu volto cá
3.
Supimpa 02:38
Supimpa é o termo adequado Anda sempre engravatado Cremalheira reluzente No discurso e na retórica corrente Pelas feiras e aldeias vai mostrando O caminho para isto andar p'ra frente E que já chega de gatunos Ladrões Bandidos Vigaristas Pelo meio vamos nós presos também Ele garante que cumpre O que promete e promete prometer Com a experiência acumulada de gravata Tudo faz acontecer O perfume e o colarinho passajado Mostram ares de quem carrega Uma cegueira pelo Estado Social ou liberal o que é que importa Se o que conta é ter assento reservado Na cadeira do poder seja local ou regional ou nacional É tão quentinho o hemiciclo tem cantina e dá pensão marsupial Ele desvenda os caminhos que começam e acabam na comissão E entretanto guarda a carta rara do "Você está livre da prisão" Um sossego que lhe traz Essa ambição de capataz É a certeza na desimaginação Dos votos que votados o são pela cor Deseducados de sentido pensador
4.
Panzer Azul 04:24
Desculpa se incomodo, eu só vim dizer que está tudo bem E fico por aqui contigo, para abrirmos o champagne Se preferires silêncio, posso ser só companhia Ou aparvalhar à grande, abrir a porta à escatologia É tão bom fazer da vida um eterno recomeço Do adeus ao "como estás" nunca perdendo o endereço Da imagem séria ou tonta, camuflada na memória Escrita numa janela, escrita na pré-história Entre resenhas e datas travaram-se tantas batalhas Por vezes fica o sentido de a humanidade andar ao calhas Mas tu guerreira do frio, vences lutas do norte ao sul És armadura exótica uma espécie de Panzer Azul Panzer Azul Panzer Azul Diz-me da janela Que ter uma cicatriz É marca registada Quiçá para ser feliz Cantamos a canção das noites dos raios verdes invisíveis Atravessam a nossa janela, carimbados como impossíveis Os degraus da existência, um dois três antes do mil Vou estar pertinho no próximo, mesmo que velho e senil Mostras-me mundos retratos do granito e da proeza Pedras roladas p'ra dentro e discutidas sobre a mesa E o que mais há por aí, são cozinheiros de receitas Regulam comportamentos e o coração por vias estreitas A esses dizemos que não, dizia o poeta e com razão Falta poesia no mundo p'ra serenar a confusão É sempre o amor que nos salva, seja na ausência ou no embaraço O desenho da vida é incerto até descobrirmos o nosso traço Panzer Azul Panzer Azul Diz-me da janela Que ter uma cicatriz É marca registada Quiçá para ser feliz
5.
eu posso ser 03:44
meu amor eu posso até fingir que sou outro utilizar o estereótipo intelectual contemporâneo de pacotilha ## e colocar hastes mais grossas nos meus olhos e um ligeiro ar de tédio que disfarce a minha ignorância meu amor eu posso até fingir que não sou eu e dançar cantar sorrir até vestir roupagem muito espampanante e sugerir ser grande amante que te passa a roupa a ferro e manda as altas gargalhadas no café mas não consigo encarnar às vezes tento aldrabar é-me impossível mentir eu não consigo fingir meu amor eu posso até fingir que vou fingir ser doce e generosa alma, preocupado, reciclador feroz um homem verde deslumbrado um homeopata alternativo atento ao mundo, extasiado e positivo meu amor eu posso até sorrir enquanto faço de bêbedo indiscreto, desgraçado com a vida que janta ovos e maços de tabaco e entregar-me ao romantismo desmesurado e niilismo exacerbado, à depressão e ao lamento mas não consigo encarnar às vezes tento aldrabar é-me impossível mentir eu não consigo fingir meu amor eu posso até começar a ir à bola, excitar-me nos estádios comprar jornais diários fazer reverência à transferência e começar a usar palavras como ripa na chulipa ficar raivoso nas derrotas, lambão quando vencer meu amor eu posso até fingir que sou o rico do dinheiro sempre pronto com o 6g em cima da mesa, "é abonado com certeza" e esmerar-me nas viagens, sempre com as melhores bagagens ter um carro todo gringo para o sushi ao domingo só não consigo fingir eu não consigo mentir só não consigo fingir é que não gosto de ti
6.
Húmus 04:40
Pesado nevoeiro Que pousa na cidade Às vezes faz perder A noção de liberdade A fruta é rarefeita A flor já não tem cheiro Da esquerda à direita Quem governa é o dinheiro Eu não vivia quando os cravos saíram Estava em directo quando as torres cairam Onde estaremos quando as flores se abrirem Outros cravos mesmo cactos serão bem-me-queres de alguém E a dúvida é o costume Escolha em democracia Votarmos em cardume E eleger a economia Os políticos de sempre Vão rodando pelo telheiro Disfarçam ideologias Cobram cigarros e cinzeiro E eu não vivia quando os cravos sairam Estava em directo quando as torres cairam Onde estaremos quando as flores se abrire Outros cravos mesmo cactos serão bem-me-queres de alguém Tantas décadas passadas Do mais forte vampirismo Paparam a ideologia Sentados no comodismo Os tempos são difíceis O cachorro é sem mostarda Quanto mais nos informamos Mais apetece uma espingarda E eu não vivia quando os cravos se abriram Estava em directo quando as torres cairam Onde estaremos quando as flores se abrire Outros cravos mesmo cactos serão bem-me-queres de alguém
7.
Mete o dinheiro ao saco Apanha o avião Fica por lá Instala-te num bom hotel Põe tudo no paraíso E assim já está Compra as tuas acções Os poderes possíveis Sem obrigações Mas leva contigo as palavras Peculato, Providência Falsificação Que a gente já não suporta A melodia recorrente De Fado aldrabão A gente até te paga Para te ires embora diz quanto é para dares ao pé Sai-nos até mais barato Não carregar este fardo de te ver ficar Contas feitas à alegria Não há quem sorria Por te suportar Ficamos sempre melhor Sem te ver os dentes E a soberba nos jornais Paladinos da verdade E telhados de vidro Já são notícias banais Portanto boa viagem Seja p'ró Brasil ou para os Dubais O que realmente interessa É ter a certeza que daqui te vais Portanto boa viagem Vai pela sombrinha Vai pela sombrinha

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canções de amor e de algum terror.

Todas as músicas por nuno sanches.
O Tiago Ramos criou e tocou baixo no "Flor", "Vai pela sombrinha", "Improvisário do Amor", "Panzer Azul" e "Eu posso ser". Estes três últimos cresceram mais coloridos com o Fred e o Nuno Morão, em ensaios e concertos.
A capa são flores regadas a código, e vieram do jardim do Pedro Amado. O alinhamento das pétalas desta Flor foi desenhado pelo Ricardo Cardoso.


ao Zé.

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released January 8, 2013

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nuno sanches Porto, Portugal

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