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vê se descansas pá
01:20
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Vê se descansas pá que a trabalhar tanto não te sobra tempo para o amor.
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2. |
lenga lenga
02:30
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Estava eu nas minhas terras ai Jesus muito bem descansadinho
Quando me veio a notícia ai Jesus que o meu pai tinha morrido
Minha Mãe por nascer
Peguei nos bois às costas ai Jesus e no arado a correr
deitei-me por ali abaixo ai Jesus encontrei um pessegueiro
Carregado de melões
Assubi-me a cima dele ai Jesus a comer minhas maçãs
Quando lá vai dono dele ai Jesus que fazes aí ladrão
Vou-te dar tantas pancadas ai Jesus quantas pulgas tem um cão.
Quando sai Maria Delgada ai Jesus da cafua dos leitães
Uma porca com bezerros ai Jesus uma vaca com leitães
Uma cadela com pintos ai Jesus e uma galinha com cães
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3. |
por um fio
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Deram-lhe a mão, a cruzeta e o engonço para se montar
Pernas laçadas dão passos pequenos p'ra não se cansar
Cabeça presa não olha para os lados pode-se espantar
Por um fio
Não se vai ao chão
Tudo é consumo, fado e oração
Todo um passado é agora promoção
Canta Celebra O corpo Venera
Julga Critica O Governo Ou o Benfica
Engorda Definha Vota No seu prato
Propaga Divulga Espalha O boato
Por um fio os pulsos doridos de tanto apertar
A vida à espera de passos maiores para poder saltar
O fio a argola a cabeça e o pescoço para o despertar
Por um fio
Se coze a dor
Enraivecido e com algum temor
Quem sabe é por um fio que há o amor
Por um fio de laços cortados soltos para o porvir
Quebram-se amarras e o caminho certo está por descobrir
Dos fios soltos, falta unir as pontas para confundir
E se um fio serve para apertar
Dois fios servem para entrelaçar
Quem sabe quantos fios para mudar
enlaça e abraça o abafo conforta
aperta descose a mordaça que entorta
retorce o cachaço com sorte é bagaço
desfia a porfia só fica a utopia
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4. |
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Não tem que ser
Eu quero-te colada a mim
Não fujas já não tem que ser
Sem ti só vou'dar passos para trás
A gente dá o jeitinho esperto para evitar a fuga
Procurar cunhas apertar botões limpar cinzeiros e coisas que tais
Eu faço tudo o que é preciso para não partires
As contas não importam e já não ouço mais o défice e tantos milhões
Que rodam por aí à grande e para mim e para ti nem sequer dois tostões
Só juntos salvamos do saque os nossos corações
Se a rua nos acontecer saco um colchão usado para te deitar
Uma manta de jornais do dia para te aquecer quando for noite fria
E pego pela tua mão sou todo teu para fazer da dor alegria
E se a fome surgir comemos juntos o brilho da rua e de outros como nós
Que essa luz não apagam enquanto cantarmos todos a uma só voz
Um dia a música será a nossa e a dança também
O que inspira esta raiva estranha é o não querer que tu daqui te vás
Fica só um bocadinho mais, isto é a vida é um país coisas boas e más
Eu faço uma revolução por ti por nós para mudar o mundo
Não quero este caminho que de certo só tem Passos para calcar o fundo
Não sei ser violento mas hei-de roubar os ricos p'ra te alimentar
E todos os juízes vão-me perdoar
Quando souberem que foi por amor que decidi lutar
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6. |
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Menina dos Olhos Tristes
O que te faz não sorrir
São as noites mal dormidas
De uma vida por cumprir
Menina dos olhos Tristes
Porquê esse olhar cansado
São as curvas do caminho
E as do meu corpo esgotado
Menina dos olhos tristes
Só podem estar assim por amor
Qual amor e qual tristeza
A minha dor é a pobreza
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7. |
se eu morrer um dia
01:53
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Se eu morrer um dia
(quem sabe não acontece e fico por cá com quem não merece)
Quero ir para o prado do repouso
Memória entregue e ali mesmo, no roseiral
um dia informal as nuvens muitos espantadas
os loucos sorrindo com as veias cortadas
Quero ir para o prado do repouso
Nem festa nem foguetório apenas silêncio para ouvir o comboio
E mesmo soando estranho ou contraditório
eu só quero é que as cinzas
ouçam o comboio
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fio solto #3
08:12
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