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gr​ã​o

by nuno sanches

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Nuno Morão
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Nuno Morão álbum primeiro de um dos primeiros amigos, semente vigorosa de uma variegada floresta de sons e palavras. Favorite track: tolo calado.
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1.
Coisinha boa da minha bida minha alegria minha paixão tu és coisinha tão bonitinha e tens as chaves do meu coração Coisinha boa da minha bida por onde andares andarei contigo mimo-te o corpo, faço carinhos sou tudo teu, amante e amigo Coisinha boa da minha bida se ficas triste eu fico também quero-te sempre com alegria de Nova Iorque até Sacavém Coisinha boa da minha bida faço a comida e enfeito a mesa quero-te tanto pertinho a mim sem ti vida não tem surpresa Coisinha boa da minha bida vamos fugir os dois p'ra dist ante sempre juntinhos e com amor não vai faltar quem o nós nos cante Coisinha boa da minha bida gosto de ti mais do que de mim quero-te sempre junto ao meu lado a vida toda até ao fim
2.
tolo calado 04:53
Era um senhor muito calado Bem discreto e ordenado Aprumado e pueril Tinha nas costas o passado económicó-político Do pré e do pós-abril Foi ministro das finanças, administrador de heranças, sempre sério e bem fardado com a roupa que o acaso escolheu para o vestir Democrata de sucesso Arrebatou o Congresso Com um discurso original Que não fazia comentários A essa e outra questão A seu tempo ele diria O que lhe vai no coração No meio deste silêncio Ficava a população Em sentido descoberto E a cantar este refrão Tolo Calado Faz Figura de Avisado De ministro a primeiro Governou a tempo inteiro Sem mostrar inquietação Foi o líder pioneiro Da Europa do dinheiro Embalado em alcatrão E chegou à Presidência Com um toque de inocência Asfixia muito vil Lentamente lapidante Dos últimos ares de Abril Presidente comportado Líder e chefe de estado Só sabia responder Que não fazia comentários A essa e outra questão A seu tempo ele diria O que lhe vai no coração No meio deste silêncio Ficava a população Em sentido descoberto E a cantar este refrão Tolo Calado Faz Figura de Avisado Quando um dia de repente O País meio doente Foi pedir-lhe a salvação E o povo todo na praça À espera da resposta Que lhes desse uma ilusão E chegou o Presidente Com postura e Altivez Põe os óculos, abre o livro E começa o seu discurso a dizer (...)
3.
4.
5.
Grão 03:01
Dentro do que se diz pensamento Está o motor do momento Capataz incendiário Livre, como é liberdade o tempo Sementeira e crescimento Que dispensa o comentário Quando falta o pão na mesa Roda o mundo sem certeza Da dor faz o manifesto E nunca faltam razões Para amansar os corações E cortar qualquer protesto Mas um dia a coisa vai Grão cá dentro e outro fora Vai embora este desejo Esta sede de consumo Este choro de lamento E a gente não faz por mal Mas vai dando alimento Aos mandões do capital Fora do que se diz sentimento Estão as rodas do momento Combustão e manivela Move, e Movimento é preciso Corre os mares nada indeciso Nossa ancestral Caravela Quando as sobras do trabalho Vão sempre p'ró espantalho Que só divide por zero E na luta por migalhas Travamos em nós batalhas P'ra vencer o clima austero Mas um dia a coisa vai Grão cá dentro e outro fora Vai embora este desejo Esta sede de consumo Este choro de lamento E a gente não faz por mal Mas vai dando alimento Aos mandões do capital
6.
A Gula 02:19
A gula afiambra o presunto A gula engorda o defunto Gula que atrai tempestade Sem escolher caras ou idade Gula do golo golelha Golo de vinho ou groselha Gula de guito e granel Encher a mula de papel A gula trucida o gaspacho A gula começa por baixo Gula de cerveja e enchidos Já nos damos por perdidos Gula do golpe de estado Gula do pai fracassado Gula de sexo sagrado Cortar raíz ao passado A gula infinita a pança A gula que enrola na trança Gula do bom gulaimar O melhor é deixar estar Gula do ventre bonito Gula de bom gabarito Gula do som ruminante Trocar o passo dançante A gula dos sete pecados A gula dos recém-mestrados Gula da sabedoria Que enobrece a fantasia Gula de um bom gulherite Gula do remédio p'ra nevrite Gula da sáude boa Comprimidos tomados à toa
7.
Os Mendigos 02:48
Nas ruas há gente que morre Com fome de poesia. Veladamente, (e não sem um toque de ironia) Estendem a mão, à espera de um verso Mas só lhes dão pão. Nas ruas há gente que seca Com sede de utopia. Perdidamente, (e sem uma gota de ironia) Abrem a boca, à espera de um sonho Mas só lhes dão pão. Nas ruas há gente que já morreu Por não ter fome nem sede. Caridosamente, (têm pena dos mendigos!) Atiram pão a quem esmola e eles Só comem do pão que lhes dão.
8.
Que pequenina casa Que pequenina carro Que pequenina roupa Para os olhos não se poupa Que pequenino juro Que pequenino apuro Que pequenina taxa Não sobra pão nem bolacha Que pequenino santo Que pequenino céu Que pequenina cruz Vive dentro e apaga a luz Que pequenina terra Que pequenina gente Que pequeninos são P'ra fazer revolução Que pequenino sou Que grandes que nós somos Que gigantes caminhos Temos por atravessar Que pequenina noite Que pequenino dia Que pequenino o tempo P'ra abraçar esta utopia Que pequenina a hora Em que não me fui embora Que pequenino mês E já passou outro outra vez Que pequenino ano Que pequenino engano Que pequenina vida Sempre medo da saída Que pequenino abono Que pequenino sono Que pequenino amor Só me deixou esta dor
9.
De caixinha 01:40
10.
Olha a Nau Catrineta e tu gostas de pus! Valsa dos Amiguinhos para os meus amiguinhos eu tive que pôr na canção uns sininhos perdoem o pimba, o piroso o foleiro mas eu fico assim como um belo azeiteiro quando me toca aqui no coração eu não funciono de improvisação por isso esta rima assim é preciso como prova de amor de guitarra e sorriso na boca que canta e na mão que tirou o véu da prendinha que só me espantou a visita surpresa o carinho o abraço que são o que chega para vencer o cansaço dos combates que suspiramos calados que mais fáceis ficam quando partilhados no riso (ou à mesa / em jantares) em passeio ou em choro e para acertar vou meter mais um coro e pronto era isto que eu queria afinal uma canção simples não intelectual não aborrecer não criar-vos enfado no fundo dizer simplesmente obrigado

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Todas as músicas feitas por nuno sanches, regra geral a partir de 2 ou 3 notas que saíram da varanda - de onde se vê, a olhar para fora, um bocado de mar e um miolo do Porto. A olhar para dentro, vê-se também um desenho bonito na parede, e que se transformou em capa, e é da "coisinha boa da minha bida" Susana Maria Maciel. A letra d'"Os Mendigos" são palavras felizes e inspiradoras da Rita Madeira. O Tiago Ramos é o baixista e companheiro feliz no "tolo calado" e n'"A Gula". O Ricardo Cardoso canta feliz n'"A Gula". O Huguinho canta no "e tu gostas de amiguinhos", e o Hugo toca viola e fala ao telemóvel no "interlúdio doméstico". Ambos são a mesma pessoa, com uns 10 anos de diferença e adoraram reencontrar-se, como eu a todos que grão a grão ajudaram este a acontecer.

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released November 25, 2011

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nuno sanches Porto, Portugal

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